Por João Geraldo

Responsável pela fatia de pouco mais de um terço das vendas totais de caminhões no País, o segmento de semipesados acaba de ganhar um concorrente de peso com a chegada ao mercado da nova geração do Iveco Tector. A montadora aproveitou as exigências da legislação ambiental para atender a norma de emissões Proconve P-7, em vigor desde o dia 01 de janeiro deste ano, e promoveu uma mudança geral na família de veículos de carga na faixa de 16 a 23 toneladas de PBT. “Acreditamos que o Tector vai surpreender. Nosso objetivo é que ele seja o mais vendido do mercado”, anuncia Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Iveco no Brasil.

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Os caminhões Tector 2012 chegam ao mercado com uma estratégia bem definida para conquistar os transportadores. Conforto, preço e baixo custo de manutenção estão entre os principais pontos fortes para aumentar a participação da marca no segmento. Formada por veículos com dois tipos de cabine – sendo o Tector Attack a simples, e com parachoque preto como um dos principais diferenciais -, a nova geração disponibiliza 41 diferentes configurações.

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Espaço no interior da cabine e cama com colchão de bom tamanho são pontos fortes do Tector na versão com teto alto

O trem de força oferece diversas variações, entre elas a motorização formada por engenhos, de 218cv e 280cv de potência, ambos de seis cilindros e 5880cm³ e sistema SCR de emissões. Os eixos são disponibilizados em três configurações de tração (4X2, 6X2 e 6X4) e quatro de entre-eixos (3.690, 4.815, 5.175 e 5.670mm) e a caixa de câmbio em três versões, sendo duas fabricadas pela Eaton: uma de 10 velocidades (com oito sincronizadas e três à ré) e outra de seis marchas à frente uma à ré. A outra opção é a caixa ZF de nove velocidades à frente sincronizadas e uma à ré.

No quesito conforto, a cabine de toda a linha recebeu novo sistema de suspensão, com molas e amortecedores nos quatro pontos de fixação. Na parte interna, os destaques são o banco com amortecimento pneumático, o moderno painel de instrumentos, vários porta- bjetos e outros itens de conforto como opções de regulagem do volante e nova padronização dos tecidos de forração dos bancos, cama inteiriça (na versão cabine leito sob a qual existe um baú com 2,5m²).

A linha 2012 recebeu um novo painel de instrumentos, com design mais moderno e de mais fácil leitura pelo motorista
A linha 2012 recebeu um novo painel de instrumentos, com design mais moderno e de mais fácil leitura pelo motorista

Aparelho de ar-condicionado e vidros verdes e elétricos, são de série em toda a linha, assim como o tanque de combustível em alumínio com capacidade para 400 litros de diesel. No Stradale, a versão top, com entre-eixos de 5.670mm e configuração 6X2, inclui cabine com teto alto (com climatizador), travas e controles elétricos, dos vidros e espelhos, faróis de neblina, rádio CD player e dois tanques em alumínio. As rodas de alumínio são opcionais.

“Os clientes deste segmento rodam cinco mil quilômetros por mês, em média, e querem potência, boa dirigibilidade, conforto e uma boa transmissão. Estamos oferecendo tudo isso com a nova geração do Iveco Tector”, detalha Cristiane Nunes, gerente da gama de veículos pesados e semipesados da montadora. Pelos números, mais de 65% das vendas no segmento são de configurações de tração 6X2, com maior incidência em aplicações tanque, graneleiro e frigorífico. Entre os 6X4 predominam as betoneiras e basculantes, com 82%.

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Como nas cabines dos modelos de maior porte, a do semipesado da Iveco oferece vários espaços porta-objetos

Os caminhões da linha Tector 2012 oferecem também maior intervalo de paradas para manutenção, conforme explica Maurício Gouveia, diretor de pós-vendas da Iveco. Ele destaca o óleo do motor (sintético), que antes tinha intervalo para troca aos 40 mil quilômetros e nos veículos novos passou a ser a cada 60 mil. E o da transmissão saltou de 120 mil quilômetros para 800 mil. O do eixo traseiro aumentou o intervalo de 120 mil para 480 mil quilômetros rodados. “A economia vem pelo menor número de trocas de óleo e pelos intervalos maiores entre as paradas ao longo da vida do caminhão. Somadas, resultam em menores custos e maior produtividade”, explica Gouveia.

“Nossa tecnologia nos deixa em condições de bater de frente com nosso principal concorrente. E nosso preço é 5% mais baixo”, comenta Alcides Cavalcanti. A meta da empresa para o segmento de semipesados, segundo ele, é de crescer um por cento ao ano e atingir 40% do total vendido pela montadora no País. Em 2011, a Iveco vendeu 4.300 unidades no País e fechou o ano com 7,4% de participação no segmento (23,4% das vendas totais da marca no período). Para este ano, a previsão é de 4.500 a 4.800 unidades.

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A família de caminhões Tector oferece quatro opções de entre-eixos e três de caixas de marchas, com seis, nove e dez velocidades

Os preços do novo Tector vão de R$ 142 mil para a versão Attack 4X2 a R$ 255 mil para a top, a Stradale. Alcides acrescenta que a estratégia é fidelizar os clientes atuais e atrair novos compradores. Entre os atrativos oferecidos para a linha constam dois anos de garantia, sendo um para todo o veículo e outro somente para o trem de força.

“O Tector é fundamental na estratégia da Iveco na America Latina, o maior projeto fora da Europa”, disse o presidente da empresa, Marco Mazzu. Com a geração Ecoline, a empresa vive uma nova fase, mais competitiva e com produtos de maior qualidade. “O Tector é o terceiro lançamento da linha Ecoline, cuja família completa terá 180 versões”, acrescenta o executivo. Mazzu não deixa de citar o crescimento da marca na América Latina em relação às vendas mundiais da Iveco. De acordo com ele, em 2006 a região participava com apenas 8%, no fechamento de 2011 já aparece como responsável por 20% do total. “Os produtos de alta qualidade ainda serão os preferidos nos próximos anos”, conclui o presidente.