O governador do Estado de São Paulo, José Serra, e o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, inauguraram no último dia 27 de junho um viaduto sobre o rio Tietê com o nome de Aurélio Batista Félix, uma pessoa que ficou na história por ter mudado o jeito de fazer corridas no País, nos últimos 20 anos. O viaduto liga o complexo viário Jacu Pêssego ao km 23 da rodovia Ayrton Senna, por coincidência outro brasileiro tido como um dos maiores ídolos do automobilismo brasileiro. A homenagem aconteceu poucos dias antes de completar quatro meses de sua morte, ocorrida dia 05 de março, uma quarta-feira, após ter se sentido mal ao término da corrida no autódromo de Guaporé/RS, três dias antes.
Trata-se da homenagem a um homem que por gostar de caminhões e competição de veículos motorizados revolucionou o automobilismo do País nos 13 anos que esteve à frente da F-Truck, categoria considerada hoje a maior do automobilismo brasileiro. O viaduto Aurélio Félix contribuirá para a redução do fluxo de veículos nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, pois terá ligação com o trecho Sul do Rodoanel paulista, assim que suas obras estiverem concluídas, em 2010, conforme as previsões dos governantes.
Neusa Navarro Félix, viúva de Aurélio e atual presidente da categoria, agradeceu ao governador Serra e ao prefeito Kassab pela homenagem. Lembrou que em 20 anos dedicados ao automobilismo, Aurélio criou uma categoria que se transformou neste fenômeno chamado F-Truck, conhecido atualmente dentro e fora do País. “Ele merece esse viaduto com o seu nome. Foi um batalhador durante toda a vida”, disse a atual dirigente da F-Truck. O prefeito Gilberto Kassab acrescentou que “uma obra com tamanha importância só poderia receber o nome de alguém com a mesma importância”, enquanto para o governador José Serra, “a homenagem é mais do que justa, porque se trata de uma pessoa vencedora que buscou seus ideais”.
O complexo viário Jacu Pêssego é fruto de uma parceria entre os governos estadual e federal e a Prefeitura Municipal de São Paulo, o qual teve o custo de R$ 368 milhões, dividido em três partes. Coube R$ 185 milhões ao Estado, R$ 119 à Prefeitura e R$ 64 ao Governo Federal. A indicação para dar nome de Aurélio Félix à ponte foi feita pelo vereador Adolfo Quintas, a pedido de Renato Martins, um dos pilotos que começou com Aurélio na F-Truck. Ele e o vereador, além de outros pilotos da categoria, patrocinadores e colaboradores também estiveram presentes na inauguração.
O LEGADO DE AURÉLIO
Aurélio Batista Félix, um santista apaixonado por caminhões e velocidade, morreu aos 49 anos de idade, após ter realizado seu sonho de montar a categoria mais popular do automobilismo brasileiro. Começou a lidar com caminhões de corrida em 1987, quando ajudou a organizar e também participou da primeira prova de trucks, que foi disputada no autódromo de Cascavel, no extremo Oeste do Paraná. Na ocasião, o plano era fazer um campeonato, o que não aconteceu devido a um acidente fatal.
Em janeiro de 1994, Aurélio reuniu várias pessoas no autódromo de Interlagos/SP, num evento em que apresentou um protótipo de caminhão de corrida. Queria fazer corrida para carreteiros, mas enfrentou dificuldades para homologar a F-Truck e torná-la uma categoria oficial, o que aconteceu somente em 2006, quando realizou o primeiro campeonato brasileiro. Desde então, sua vida mudou, pois o evento não parou mais de crescer, atraindo patrocinadores e pilotos de outras categorias.
Atualmente, a F-Truck dispõe de uma infra-estrutura própria muito superior a de qualquer outra categoria do automobilismo, não só do Brasil como de qualquer país da América Latina. Somente para o transporte de todo o equipamento, como arquibancadas próprias, HCs, plataformas e todo o material necessário para cada etapa e organização, a categoria conta com mais de 30 carretas, sem considerar o material e equipamento das 16 equipes. É um circo gigantesco que atrai milhares de pessoas a cada etapa.